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Professor da Facomb tem filme exibido em festival

Azul Cor de Terra, de Rafael de Almeida, é uma das atrações da 2a. Mostra de Cinema Sem Limites

No próximo domingo, dia 20, será realizada em Rio Claro (SP) a segunda edição da Mostra de Cinema Sem Limites. Na programação, entre produções de todo o país, estão dois vídeos goianos: Azul Cor de Terra, dirigido pelo professor da Faculdade de Comunicação e Biblioteconomia (Facomb/UFG) Rafael de Almeida; e Tamanduá Bandeira, de Ricardo de Podestá, graduado em Radio e TV também pela Facomb. 

O evento, que integra as atividades do IX Festival Rock Feminino, tem como objetivo a formação de público, difusão de obras audiovisuais produzidas no país, além da realização de intercâmbios entre as diferentes estéticas do cinema moderno.

Para a missão de selecionar os trabalhos, a organização do evento contou com o parecer de três entidades: o Centro Rioclarense de Estudos Cinematográficos (Crec), o Núcleo Audiovisual de Guerrilha Fudidos & Malpagos e a secretaria de audiovisual do Grupo Auê.

Ao todo, foram recebidos curtas-metragens de dez unidades federativas do país, representando mais de 50 trabalhos. Com tema livre na edição de 2011, foram selecionadas 10 obras para compor o panorama do que tem se produzido no país nos últimos anos.

De acordo com Favari Filho, presidente do Grupo Auê, o volume de inscrições superou todas as expectativas. “Não esperávamos esse número. A primeira edição da mostra foi realizada com alguns filmes convidados e também com a exibição de trabalhos reconhecidos na história do cinema independente. Percebemos o potencial do evento na primeira edição, mas realmente nos impressionou”, diz adiantando que a próxima edição do evento contará com mais dias de exibição.

A 2ª Mostra de Cinema Sem Limites será divida em duas sessões. A primeira, que acontece às 15 horas e recebe o nome de “Sessão Cineminha”, pretende mostrar um universo mais lúdico das obras e terá também trabalhos convidados de cineastas rio-clarenses. Já a “Sessão Sem Limites” tem início às 20 horas e será um panorama da produção nacional do chamado cinema sem limites.

SELECIONADOS

Titulo: Tamanduá Bandeira
Direção: Ricardo de Podestá
Animação
Goiania – GO

Titulo: As aventuras de Bruford & Calahan
Direção: Ricardo Pinto
Animação
Natal – RN

Titulo: Substantivo
Direção: Regina Machado
Documentário
Iguaba Grande – RJ

Titulo: Ela, Vanessa
Direção: Marcos Zuin
Ficção
Indaiatuba – SP

Titulo: Aos Pés
Direção: Zeca Brito
Ficção
Porto Alegre – RS

Titulo: Deep Water
Direção: Clara Mancuso e Guilherme Garcia
Experimental
Campinas – SP

Titulo: Azul cor de terra
Direção: Rafael de Almeida
Documentário experimental
Goiania – GO

Titulo: Minha alma é irmã de Deus
Direção: Luci Alcântara
Ficção
Recife – PE

Titulo: Tebei
Direção: Gustavo Vilar, Hamilton Costa, Paloma Granjeiro e Pedro Rampazzo
Documentário
Olinda – PE

Titulo: 1:21
Direção: Adriana Câmara
Experimental
Rio de Janeiro – RJ


AZUL COR DE TERRA é um documentário de invenção criado a partir de imagens de arquivo, originalmente captadas em super-8 no Timor-Leste. Pautado por uma estética de colagem e na concepção do filme como ensaio, o vídeo segue em frágeis linhas narrativas com a intenção de menos do que informar acerca da problemática das enchentes que afetaram mais de 140 municípios dos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais, em janeiro de 2011, levar à reflexão a partir da própria percepção que o homem tem do mundo, e de suas cores.

A obra possui como referência o trabalho de artistas como Ralph Steiner, em especial as obras H2O (1929) e Surf and seaweed (1931), e Joris Ivens, autor de Chuva (1929). Além do russo Dziga Vertov, pela concepção do cine-olho; e do armênio Artavazd Pelechian, em especial, pelo trabalho com material de arquivo, a relação imagem-música na montagem e a reflexão sobre os diálogos mantidos entre o homem e a natureza. Nesse sentido, AZUL COR DE TERRA pretende dialogar, no Brasil, com o trabalho de artistas-documentaristas como Carlos Adriano, Carlos Nader, Cao Guimarães, Joel Pizzini e Lucas Bambozzi.

A partir de uma estética híbrida que parte do super-8 e chega ao vídeo digital, a imagem do documentário que aqui tratamos é repleta de marcas que demonstram sua própria materialidade. Dessa maneira, entre a visualidade de grãos e pixels, ela se mostra profundamente precária, fragmentada, se mostra imagem. No vídeo essas marcas são potencializadas para que sejam percebidas não como falhas, mas sim como opção estética, com intensa função narrativa que demonstra os diversos modos possíveis de ser da imagem, e do nosso objeto documentado – a água. Ou seja, uma imagem que pensa outras imagens.

AZUL COR DE TERRA tem a intenção de dar a ver, como diria Pelechian, mais dinamismos semânticos do que sentidos rígidos, provocando processos de deslocamento, trocas, instabilidades.

SINOPSE

Imagem. Imagem de arquivo. Imagem-grão. Imagem-pixel.
No entre-imagens, o em si da imagem. Imagem-precária. Imagem-imagem.
Imagem-azul. Azul cor-de-céu. Azul cor-de-mar. Azul cor-de-terra.
E, assim, as águas antes cristalinas, tornaram-se turvas.

DIRETOR
Rafael de Almeida
Rafael de Almeida é mestrando no Programa de Pós-Graduação em Multimeios da Universidade Estadual de Campinas. Professor de Audiovisual na Faculdade de Comunicação e Biblioteconomia da Universidade Federal de Goiás. Como realizador audiovisual, dirigiu alguns curtas, entre os quais destaca “Impej” (2007), e “A saudade é um filme sem fim” (2009). Atua como diretor, produtor e curador no MIAU – Mostra Independente do Audiovisual Universitário, festival de cinema sediado em Goiânia, desde 2008.

CRÉDITOS

produção: Estação Filmes
assistência de produção: Barbara de Almeida
direção . edição . pesquisa de imagem: Rafael de Almeida

CONTATO
Rafael de Almeida
(62) 8432-2520 | (62) 3295-4754
ratborges@hotmail.com

 

Fonte: Ascom/UFG com informações da 2a. Mostra de Cinema Sem Limites