Dando sequência ao Seminário Comunicação, Democracia e Novas Tecnologias, promovido pela Faculdade de Comunicação e Biblioteconomia (FACOMB) da UFG, foi realizada na manhã desta terça-feira uma mesa redonda com o tema Jornalismo Literário. Estiveram presentes os professores Felipe Pena, da Universidade Federal Fluminense (UFF), Angelita Lima e Goiamérico Felício, da FACOMB, além do jornalista Rodrigo Alves, do jornal O Popular. A mediação ficou a cargo da acadêmica de jornalismo Ana Lúcia Nunes, integrante do projeto Magnifica Mundi.

Devido ao grande número de inscritos, as atividades da Semana que se realizam no período da manhã foram transferidas do Cine UFG para o auditório da Faculdade de Ciências Humanas e Filosofia (FCHF). E, de fato, este também ficou lotado de estudantes, professores e diversos outros interessados.

Uma das figuras mais aguardadas do evento, o jornalista carioca Felipe Pena iniciou a mesa trazendo exemplos pessoais de jornalismo literário, com matérias feitas por ele.

Em seguida foi a vez da professora Angelita Lima, ex-coordenadora do curso de jornalismo da UFG. E dando sequencia aos trabalhos, o professor Goiamérico Felício, diretor em exercício da FACOMB. O jornalista Rodrigo Alves fechou o ciclo.

Um dos principais temas abordados foi o limite ético do jornalismo literário. O professor Goiamérico causou polêmica ao citar o exemplo da jornalista americana Janet Cooke, que em 1981 recebeu o prêmio Pulitzer pela matéria sobre um garoto de 8 anos viciado em drogas, publicada no New York Times, e defender que ela não deveria ser punida. Janet foi demitida após o jornal descobrir a fraude.

Outro tema de relevância foi o futuro dos jornais impressos, tendo o jornalismo literário um papel de destaque na sobrevivência dos mesmos diante do avanço do jornalismo instantâneo. Foi unanimidade entre os membros da mesa que o literário pode ser a saída para a manutenção dos jornais, mesmo que com perda de público leitor.

Após a explanação dos quatro membros da mesa deu-se início aos debates. Infelizmente neste ponto a participação da platéia deixou a desejar, já que apenas duas pessoas se inscreveram para perguntas aos debatedores. Pontos negativos também para o entra e sai de pessoas circulando pelo auditório e para o calor, mas nada que atrapalhasse o bom andamento dos trabalhos.

A Semana Magnifica Mundi marca os 200 anos de imprensa no Brasil e os 40 anos da implantação dos cursos de comunicação na UFG. Até sexta-feira diversas outras atividades serão realizadas, como palestras, debates e oficinas. Todas as atividades, com exceção da festa de encerramento, são gratuitas. O calendário completo pode ser visto no site www.fic.ufg.br/magnifica.  

Por João Adolfo Amaral